Querido Diário

Eu devia saber. Eu devia saber... à terceira só caem os burros. E o facto de não gostar de cavalos e se recusar a montar um comigo é um sinal fortíssimo!

I should have known better!

Mr. Daniel Cleaver foi ao ar... para variar... Não há saco.

Será pedir muito?

Não haverá por aí um homem emocionalmente estável, com os parafusos todos, capaz de viver no presente sem se preocupar com futuros longíquos e passados dolorosos?

Estarei eu a ser demasiado exigente?

Eu já não peço um homem bonito. Eu já não sonho com o six-pack (olha o que sucedeu ao Deus Grego... pobre coitado...) eu já não anseio por um Brad Pitt.

Basto-me com qualquer coisa que tenha pila (contrariamente às minhas ameaças continuo a insistir na heterossexualidade... a burra!), seja capaz de manter uma conversa inteligente, tenha capacidade de se rir das coisas mais ridículas e consiga perceber quando é para falar a sério.

Numa palavra: um homem que não precise de uma segunda mãe e que nã tenha problemas de auto-estima (irra que são muitas palavras!)

E já agora, e estou certa que não é pedir demais, que aceite os meus sucessos sem rancores nem invejas, muito menos complexos de inferioridade...

Where the fuck are you, my prince charming???

And so I'm back!

Querido diário do meu coração,

caros leitores fieis e atentos que aqui continuaram a vir apesar destes 8 meses de ausência,

Reparai todos na hora a que escrevo!

Já passa das onze e não, não estou na sacristia a salvar almas perdidas.

Estou deitaducha na minha cama, com o meu novo portatél no colo, qual Carrie Bradshaw, escrevendo as minhas mágoas no sossego do meu lar.

Foram 8 longos meses de quase ausência, de uma vida louca, de mil coisas a acontecerem e eu a querer escrever e sem conseguir... oito mesitos em que tudo ou quase tudo mudou e eu não pude partilhar contigo, meu querido e amado diário.

Mas eis que chega ao fim este periodo de silêncio forçado e como quem é vivo sempre aparece, aqui estou eu de língua afiada, cheia de vontade de tirar a barriguita de misérias.

Querida Pitucha, querido Espumante, queridos Rui e edgar, querida Nocas, querida Ti e queridos todos os que continuaram a passar por aqui (e aqueles que aqui vieram pela primeira vez), muito obrigada!

Um grande beijinho (e prometo que se acabaram os velhos)

BJ

Uma das coisas que mais me aborrece

É aperceber-me que sou eu o homem da relação.

E quando a coisa se torna repetitiva, começa a ser preocupante.

A lata das pessoas

"O mal disto sabe o que é? É deixarem os carros entrar na cidade!", diz a puta da velha, às duas da tarde, repimpada no seu lugar reservado à terceira idade no autorcarro miniatura onde só cabem 10 pessoas sentadas e 5 de pé e que está logicamente cheio com uns 50 jovens de idade semelhante ao da criatura.

A cabra!

Unha arranjada, cabelo arranjado, roupita arranjadinha... sobrancelhas arranjadas... toda arranjada para o laré.

A puta!

O que lhe valeu foi a minha nova condição de Sôdona Coisa que me obriga a engolir sapos e calar desaforos... senão teria a resposta que merecia... "pois é, minha cara senhora, o que estraga isto é a merda do passe da terceira idade que obriga quem trabalha a trazer carro para dentro da cidade porque V.Exas se acham no direito de sair à rua e alaparem em tudo o que mexa em cima de quatro rodas, nas horas em que os otários que vos pagam os passes têm de dar o litro para contribuir para os vossos descontos e as vossas reformas e as merdas dos benefícios!".