terça-feira, abril 24, 2007

No planeta onde agora trabalho

Há também um busto branco ao qual alguém pintou os lábios com batôn e avivou as maçãs do rosto com blush. Há quem lhe chame Alegria no Trabalho!

Não hei-de eu ficar afectada

No planeta onde agora trabalho há personagens para todos os gostos. A minha preferida é a macaca Teodolinda. Preta, de lábio pintado de vermelho vivo, grita de manhã à noite, come da marmita coisas estranhas e muito mal-cheirosas às 4 da tarde e queixa-se o dia todo que tem muito trabalho: decalca números em folhas de papel porque, no seu entender, a máquina que os imprime já tem pouca tinta. Dizem-me que se tem ocupado desta maneira nos últimos anos.

No planeta onde agora trabalho há muito pouco dinheiro e acontece por vezes faltarem bens essenciais como selos, material de escritório, papel higiénico. Na semana passada não havia papel higiénico.

Ontem, sentada de sanita, reparo que um dos dois rolos de papel que nos estão destinados para a semana estava escondido no candeeiro da parede, entre duas folhas e uma flor de cristal do aplique.

À saída do toilette cruzo-me com a macaca Teodolinda.
"Já viu onde puseram o papel higiénico, Teodolinda?"

"Fui éu!", diz ela no volume que lhe é característico. "Se põem os dois rolos à mão às péssoás começám a usar os dóis ào mésmo témpo! Àssim, escondi à vér si éste dúrá máis!"

quarta-feira, abril 18, 2007

Amor para sempre ou o conforto da rotina?

Tudo começa com o cheiro. A memória olfativa é lixada.
Um cheiro que nos leva para um tempo bom, cheio de recordações agradáveis, e que nos traz um calorzinho familiar ao coração.
É que é mesmo lixada, que a puta da memória olfativa, a mais potente segundo dizem, costuma ser selectiva ainda por cima.
A seguir, assim como quem não quer a coisa, vem um olhar, depois um ligeiro toque e finalmente, sem qualquer anúncio, o beijo.
E é a loucura.
Dois corpos que se conhecem milimetricamente e se encontram e encaixam na perfeição mesmo no escuro dos escuros.
Um ombro que parece que foi feito à media de uma determinada cabeça, um tronco que com 10 kgs a mais ou a menos cabe sempre dentro do mesmo (a)braço, uma mão cujo toque inconfundível sabe já perfeitamente onde passar. E a pele que reage como se dissesse à mão, a vivia voz, "tinha saudades tuas".
E é todo um conjunto de sinais e pequenos gestos que formam um código que se foi construindo ao longo dos anos (quando foi mesmo?) e que dispensa qualquer palavra. Mesmo quando se passaram meses ou até anos sem trocar, de facto, uma única palavra.
Cumplicidade dizem uns, rotina acusam outros. Confortável, sem dúvida.
E então tudo recomeça e suponho que seja esta a razão por que certas pessoas não conseguem sair das nossas vidas (ou nós não as conseguimos tirar de lá onde elas estão)...
Será?
Eu, no entanto, que sou uma mulher moderna, independente e emancipada, acho que o amor para sempre foi uma invenção de escritores frustrados que decidiram iludir criancinhas indefesas com tretas de príncipes encantados e sapos e mais não sei o quê e que mais tarde inspiraram argumentistas e assim nasceram a Globo e Hollywood.
E apesar de tudo, continuo a preferir a adrenalina da novidade, do desconhecido, do primeiro toque, do primeiro encontro, do primeiro beijo.
Mas que sabe bem de vez em quando sentir o conforto do conhecido, lá isso sabe.
E talvez não seja mal pensado viver assim a vida toda: o regresso à rotina de vez em quando... para quebrar a rotina :)

And the biggest of my many many Mr. Bigs (yes, there's more than one) is back... once again. Is he?

domingo, abril 15, 2007

Consultório BJ (ou educação sexual nas escolas jáááá)

Estamos no século XXI, era da comunicação,da liberdade de expressão, da informação.
Ainda assim há por aí muita cabeça equivocada.
E isto em pleno centro urbano!!! Ouvem-se as maiores barbaridades de pessoas formadas e supostamente inteligentes.

À falta de melhor, decidi prestar serviço público e explicar o siguinti:

Coito interrompido é um método de tortura em nada confundível com qualquer método contraceptivo!!!!

quinta-feira, abril 12, 2007

Parece-me um ideia a importar

Não percebo por que raio não se fará o mesmo aqui em Portugal e já agora forneciam também uma parelha àqueles que, não obstante estarem solteiros estariam dispostos a tudo fazer em nome da ciência.
Acho muito bem que os fumadores paguem multas por fumar fora do sítio mas com uma condição. Uminha só: que os mijadores do nosso país paguem o triplo por mijarem fora do penico.
E o quádruplo quando se trate de paredes de monumentos.

terça-feira, abril 10, 2007

Weird....

Não sei se por andar com trabalho a mais, não sei se por ter ficado subitamente mais perto dos 30 e continuar solteira e sem perspectivas de companhia, não sei se por carência afectiva, não sei se por ter já passado muito tempo desde a última vez, não sei se por ter tido o desprazer de ter sido assediada por um caga-tacos de metro e meio e unhas feias e gravata à la Paulo Bento, não sei se por estar já sem imaginação para o sexo via msn... não sei porquê... o certo é que esta noite sonhei que um preto de carapinha, com quem estava prestes a ter sexo, me pedia que lhe pusesse um preservativo tamanho de elefante numa pila ridiculamente pequena... O certo é que a coisa se deu com latex a sobrar por todos os lados mas suponho que nestas coisas seja como nos banquetes: mais vale sobrar que faltar.

terça-feira, abril 03, 2007

"Sem mim o país não anda"

Disse um colega meu um dia e passaram a dar-lhe toalha extra no ginásio.

Já eu continuo a ser invisível nas esplanadas e a ser roubada pelo mesmo ginásio...