Resisti durante dois anos.
Fazia parte da coisa desde o primeiro momento, ainda quase ninguém sabia que raio era o Hi5 e para que servia.
Recebi o convite de um amigo e como sou uma menina super bem educada aceitei e lá pus uma foto, lá escrevi o meu perfil e lá fui aceitando convites e mais convites e adicionando pessoas. Dois anos disto.
Ouvia falar maravilhas, que se encontravam pessoas há muito desaparecidas, versão moderna do falecido Senhor Henrique sem lágrimas nem alaridos. E eu na minha, sei lá eu funcionar com a coisa, quem me quiser encontrar que me procure que eu não tenho vida nem saúde para andar a procurar fantasmas. Desapareceram pois que continuem desaparecidos que nada acontece por acaso e estou seguramente bem melhor sem eles (tudo isto para não admitir a minha inabilidade e falta de paciência para perceber sequer de que se tratava o tão falado Hi5).
Pois que hoje, arrumados que estão todos os armários e gavetas cá de casa, e depois de devidamente espicaçada por uma amiga de outra vida, me decido finalmente a procurar amigos de amigos de amigos de há mil anos e esbarro com o grupo da escola extra-terrestre que frequentei durante os meus 3 anos de experiência marciana.
Conclusões:
1) das 300 pessoas que lá estão (eu incluida), conheço menos de 10%. Pode dar-se o caso de ao fim de 10 anos a criançada ter crescido o suficiente para ficar verdadeiramente irreconhecível.
2) Há pessoas de quem nunca me devia ter afastado... é com cada pedaço de mau caminho que faz doer até a alma! - será que ainda vou a tempo? Podia sempre inventar um jantar tipo reunião americana da classe de '67. Como seria eu a organizá-lo podia marcar a coisa para o Verão e assim ainda tinha tempo de me pôr gira e deslumbrante. Por outro lado, à velocidade a que esta gente está a crescer e consequentemente a constituir família, corro o sério risco de chegar a Agosto e ver os Gonzos desta vida acompanhados de Gonzetas desinteressantes... que faço Sinhor?
Vou continuar a minha exploração pelo fantástico mundo da tecnologia.