quarta-feira, dezembro 20, 2006

Por mais ridículo que possa parecer...

Estou cansada.
Este foi um ano cansativo. Cheio de coisas e emoções e mudanças e sei lá mais o quê... E se por um lado tenho a sensação que hibernei em Janeiro para não mais acordar, por outro Dezembro de 2005 parece-me que aconteceu há uma eternidade...
Comecei o ano a prometer a mim mesma que se acabavam os devaneios e em pouco menos de duas semanas partilhei o meu leito com 3 pessoas diferentes.
Em Maio apercebo-me de que já havia dormido com mais gente do quem nos 12 meses de 2005 e assustei-me. Mas não sosseguei...
Tudo mudou em Janeiro. Tudo.
Assim de repente.
Em Fevereiro deixo para trás Alguidares de Baixo, com apenas duas semanas de parca preparação psicológica e começo uma nova vida em Retretes do Meio.
Várias viagens para cima e para baixo, cá dentro e lá para fora, tudo a mudar.
Em Abril começo finalmente a assentar com a nova casa, na nova cidade, cuja renda pago pela primeira vez do meu próprio bolso, com os rendimentos do meu novo emprego.
Nova sacristia, novas caras, novas pregações.
Tudo novo.
Até o desespero era novo para mim...
Novo namorado, o fim dos abismos. Por um mês, pelo menos... mais um desgosto e mais uma viagem (qual carrossel), a um novo país, num novo continente, que me traria um novo abismo(zito), uma síncope cardíaca e, muito mais importante, novos amigos.
Junho, o regresso de uma história não resolvida.
O Mundial, velhos abismos que regressam, os antigos a serem resolvidos, os novos amigos que já não parecem tão novos assim (e afinal só tinha passado um mês).
Passa o Verão e parece que finalmente assento, ganho uma rotina até que em Setembro tudo volta a mudar novamente.
Os únicos 3 dias de férias do ano são para estudar para mais um concurso público, para mais uma nova carreira, desta vez como empata-fodas-que-é-chata-comá-potassa mas que para quem vê de fora parece buééé interessante.
As almas perdidas que vou salvando na sacristia adoram-me com excepção de uma psicopata que constitui apenas a excepção que confirma a regra.
A alegria do novo emprego quase é obnubilada pelo novo desgosto e o fim da história antiga não resolvida. Num ano cheio de coisas novas não havia seguramente espaço para histórias com cheiro a mofo.
Nova viagem em Outubro, com novas experiências partilhadas com aquele novo amigo que, não obstante quase me ter morto do coração, é já parte de mim.
Nova despedida, novas tristezas, nova casa, novas caras, nova rotina, novo percurso diário.
Jantares. Muitos.
E assim se passaram os dois últimos meses de novidade.
E continuam os jantares e as novidades e ainda faltam 15 dias para o fim do ano e eu cansada de coisas novas e cheia de medo que 2007 seja apenas e só um ano de continuação... sem qualquer novidade, sem abismos e sem graça.
Porque afinal de contas, os nossos desejos tornam-se realidade... ainda que não seja no ano em que comemos as passas. E tu queres ver que é mesmo desta que assento?