Nunca fui grande fã do mês de Janeiro.
Não sei bem porquê, desde que me entendo por gente que não gosto deste mês.
A aversão ao Janeiro é cada vez maior.
Por mim podíamos todo hibernar e acordar só lá para Março, quando começa a cheirar a Primavera.
Há os saldos eu sei... nem tudo podia ser mau, não é?
Mas... É um mês chato, está um frio do caraças e apercebemo-nos que nem tudo depende de nós, ou que nem sempre temos a coragem que gostaríamos de ter.
Com a contagem final do ano anterior e nos primeiros minutos do ano novo, fico com aquela expectativa de estar a iniciar uma nova fase, um novo capítulo. Inconscientemente tomo as minhas resoluções e acabo por acreditar que a minha vida vai mudar, que é agora que vou passar a maquilhar-me, ou a comprar aqueles cremes, ou a usar esta ou aquela roupa... enfim, que me vou tornar numa mulher de sonho. A personalidade, obviamente, também mudará para se adequar ao meu novo look:
A partir de agora vou ser uma mulher verdadeiramente independente! Sem qualquer preocupação, vou fazer o que me der na tola e sem qualquer explicação. A vida é minha, faço dela o que quiser e se não for agora, não será concerteza aos 50 anos, que nessa altura serei ridícula.
E efectivamente, no dia 1, maquilho-me e arranjo-me e penso para comigo que isto afinal não custa nada e que com a prática o conseguirei fazer em menos tempo e que não custa nada acordar meia hora mais cedo se isso significar que fico mais bonita. Quem se obriga a amar obriga-se a padecer!
Mas com o passar dos dias, passa a vontade de mudar...
E que faço eu a estas camisolas?
E o dinheiro para mudar o guarda roupa?
Quero cá saber da maquilhagem, quero mas é dormir e agora cala-te despertador só por mais 10 minutos. E ai que quase nem tenho tempo de lavar o cabelo... Já são estas horas?
Ai não posso, que tenho de acordar cedo... e ai o meu fígado... e estou tão cansada... e ai não, que parece mal...
E a meio de Janeiro percebo que é tudo balelas e vou continuar exactamente igual ao que era antes...
Deve ser por isso que não gosto deste mês... Significa, acima de tudo, frustração.
Mas este vai ser diferente, oh lá se vai! Ou não me chamo eu Brígida Maria Jonas da Silva!!!