quarta-feira, dezembro 20, 2006

HEEEEEEEEEELLLLLLLLPPPPPPP!!!!!!!!!

Não sou crescida.
Não gosto de brincar aos crescidos.
Não quero ser crescida.
ODEIO pessoas crescidas, todas elas todas cheias de razão. Donas de verdades tão absolutas que fazem os dogmas da igreja católica parecer brincadeirinha de gente pequenina como eu.
As pessoas crescidas são desinteressantes e sem a menor piada.
As pessoas crescidas cheiram a mofo e a bolor e são verdes. E têm olheiras acinzentadas.
As pessoas crescidas são chatas e desinteressantes.
Aaaahhh... mas vivem felizes na segurança de poder pagar a prestação da casa e receber um vinho do Lidl por alturas do Natal como agradecimento do chefe por lhe terem andado a lamber o cú o ano inteiro e a dizer mal dele pelas costas. 365 dias todos iguais e certinhos e sem qualquer frisson mas pelo menos são adultas e responsáveis... crescidas, portanto.
As pessoas crescidas são desmancha-prazeres e divertem-se a foder a vida de quem não quer ser crescido, movidos pela inveja de quem tem a coragem de não crescer.
E ainda nos chamam malucos a nós!!! E desfazem-nos os planos, com um passar de mão nas nossas cabecinhas ocas de criança e dizem "é para o teu bem... um dia vais perceber... já não tens 15 anos!"
Foda-se!
Mas eu quero ter 15 anos.
E quando tinha 15 anos diziam-me que ainda não era suficientemente crescida.
Não sei brincar aos crescidos e não quero saber. Não gosto!
Mas isso é concerteza porque sou irresponsável e criança. Aliás, tudo em mim é de uma irresponsabilidade tremenda, desde a hora a que acordo, a forma como desligo o despertador de manhã, a hora a que tomo banho... tudo. Não há nada que eu faça que seja de pessoa crescida, dizem eles.
E agouram: és louca, vais arrepender-te, vais dar-te mal...
Curiosamente, vá-se lá saber porquê, as pessoas crescidas que já andam nisto há muito tempo e com quem tenho trabalhado, sempre apreciaram a minha maneira de ser criança e de contar sempre a verdade. E não me arrependi quando fui no ano passado à Tailândia ("tu cresce! que criancice! vais voltar a chorar e numa maca ao fim de dois dias... que irresponsabilidade"), nem quando disse na sacristia que andava à procura de outras coisas ("que irresponsabilidade", diziam uns, "foste impecável", disseram os outros).
Pois se as pessoas crescidas com quem tenho agora de trabalhar insistem em fazer de mim crescida e mentirosa (sim, porque as pessoas crescidas mentem com quantos dentes têm e se for preciso ainda pedem a dentadura da avó emprstada), então se calhar sou eu que não devo estar ali.
Vou fugir com quem se recusa a brincar a este jogo também e continuar a ser criança noutro sítio qualquer bem longe desta gente esverdeada!