É do conhecimento geral que tenho orgulho no meu estado civil. Adoro o "Sol." no meu BI e a liberdade que ele me dá.
Gosto de não ter de dar cavaco a ninguém, gosto de poder passar férias e fins-de-semana com quem quero e sair com quem me apetece sem que isso implique um longo interrogatório e peso na consciência. Gosto de poder dedicar-me 100% ao meu trabalho, quando o há, sem ouvir "eu estou sempre em último lugar" (pois estás e então?).
Orgulho-me de sonhar com as férias que vou tirar este ano, num sítio bem longínquo de preferência e pouco ou nada turístico, all by myself!
O problema é que alguém inventou um dia que a partir de determinada idade o homem e a mulher (mais esta que aquele) devem casar um com o outro, ter muitos filhos e aturarem-se mutuamente até que a morte os separe.
Eu bem tento remar contra a maré e perguntar: why???
Ter filhos eu até entendo. Há que preservar a espécie, o nome da família, o livro de receitas da avó... e há que pensar no futuro que os lares não são baratos e alguém tem de tomar conta de nós.
Agora casar??? Aturar um marido? E ainda por cima o resto da vida??? Que monotonia, que aborrecimento, que chatice!
Mas qual quê! Olham para mim e perguntam-me onde estacionei o shuttle e quando volto para a nave mãe de cada vez que ouso dizer: eu cá não me caso, não acredito no casamento nem no amor para toda a vida!
E depois é vê-los felizes e apaixonados aí pela cidade: gordos e magros, altos e baixos, novos e velhos, turistas ou nacionais, não há ninguém que não ande de mão dada e aos beijos pela rua fora.
Como se não bastasse todos os seres que me rodeiam (ou rodearam) aderem a esta nova moda da anilha no dedo e ei-los todos a enforcar-se rapidamente como se isto do casamento fosse um comboio prestes a partir para um sítio paradisíaco. Como se enganam, os pobres. E ousam deitar-me aquele olhar de pena "tadinha que não tem namorado".
Esta semana nasceu o primeiro filho das criaturas que inspiraram
este desabafo.
Ontem casou-se uma miúda da minha idade. Hoje dois pombinhos da faculdade. Este ano sucumbirá à epidemia metade do meu curso.
Eu continuo a achar que somos todos demasiado novos para brincar às casinhas e teimo no meu sonho das férias sozinha.
Mas não é que até a merda dos sites de viagens só prevêem programas para duas pessoas?!? NÃO HÁ FÉRIAS PARA SOLTEIRAS ORGULHOSAS DE O SEREM!!!!!!!!!!!
O mundo conspira contra nós!