terça-feira, janeiro 24, 2006

Querido Diário

Algo de muito estranho se passa e eu julgo que é o fim do mundo que se anuncia.
No dia das eleições, o Zeferino, presidente da mesa, disse-me que estava mais magra.
A Ti Miquelina da mercearia também o confirmou.
A Benedita achou-me muito magrinha.
Acabo de chegar dos saldos e não comprei uma única peça de roupa: as calças 36 estão-me enormes (pode acontecer que estejam mal marcadas... ou que seja para dar ideia de que as pessoas estão mais magras do que na realidade estão) e não há 34's. Por outro lado os blasers n.º 36 assentam bem na cintura, espicham ligeiramente no peito (foi em mim que se inspirou a Pam) mas os meus musculados braços saem fora da linha dos chumaços dos ombros. Já os n.º 38, que assentam bem nos tríceps, fazem-me parecer um saco de batatas. Claro que com este corpinho de sereia provavelmente só mandando fazer por encomenda conseguirei algum dia ter um blaser que me fique bem....
Contudo, e ao contrário do que diz toda a gente, a minha balança que apesar de linda de morrer começo a odiar verdadeiramente, acusa dois quilos a mais, DOIS, do que há um mês atrás!!!!!!!!!!! COMO É QUE É POSSÍVEL?????????????
Para melhorar tenho um torturador que me acha o máximo como estou e que se recusa a emagrecer-me. Não consigo perceber se o faz do ponto de vista de preparador físico ou do de homem rechonchudo que gosta de xixa, o que não deixa de ser uma grande chatice.
De seguida...
A minha máquina de lavar roupa decidiu começar a comer peças!!! As MINHAS peças de roupa. Isso ou anda alguém por aqui a fazer desaparecer coisas. Quem sabe se é o próprio do David Copperfield que me visita sorrateiramente, talvez em modo invisível, e por achar que tenho bom gosto...
Depois da concha da sopa, são agora t-shirts, camisolinhas interiores da intimissimi, tops e meias. Já perdi a conta ao dinheiro que tenho gasto em meias e no entanto a gaveta-dos-pares-desemparelhados-porém-esperançosos-de-encontrarem-a-sua-cara-metade está mais cheia que a outra, a dos pares completos. Não sei se será um qualquer prenúncio do que me espera nos próximos meses, já que também eu me metia de bom grado naquela gavetinha, não tivesse eu este problema grave de obesidade-aparentemente-só-visível-por-mim-e-pela-minha-balança-e-sentida-pela-roupa-que-tenho-em-casa.
Ouve o que te digo, é o fim do mundo e vem em boxers (que cuecas estão fora de moda!)