Há já algum tempo que me pergunto se esta história de fidelidade não terá sido invenção de um qualquer idiota impotente mas com muita lábia que, para que ninguém percebesse o seu problema e com medo que a mulher que devia ser boa como o milho fosse procurar fora aquilo que não conseguia ter em casa, saiu-se com esta e convenceu toda a gente de que não se pode andar a mijar em penico alheio. Ou noutros penicos se já temos o nosso.
Será que o Criador nos fez mesmo para ser fieis a uma só pessoa o resto das nossas vidas?
Poucos são os animais (um ou dois apenas) que, encontrado o seu parceiro, a ele se grudam com super-cola 3.
Será o homem um animal assim? Ou estremos nós a querer à força fazer algo que é afinal anti-natura?
E se assim for, por que raio lidamos tão mal com as facadinhas e os pares de chifres?
Será que os homens são mesmo uns cabrões sem emenda com uma queda especial para a queca extra-conjugal, um problema genético ao qual são alheios, tipo uma deficiência na perninha do cromossoma Y ou seremos nós, mulheres, que por termos a perninha do X a mais fazemos exigências estúpidas e sem sentido e são eles afinal que estão certos?
É que repara uma coisa, querido diário, só as mulheres se preocupam com este género de coisas. Só as mulheres deixam de dormir sob o peso da cosciência mesmo que se trate apenas e só de trair a namorada/mulher de alguém (nem todas e nem sempre, eu sei, mas são mais as mulheres que os homens).
Só as mulheres "misturam as coisas" como eles dizem... Mas como é que eles conseguem separá-las??? E será que dizer que não somos dois mas 3 é mesmo misturar as coisas?
Eis as grandes questões que me proponho resolver no ano que vai começar, com a minha querida Cremilde, claro está, e quem sabe a Genoveva, em frente a uma garrafa de maduro tinto que já começo a sentir sede.