Hãhã.
Há um ano, por volta das dez da noite, depois de muito pensar no assunto, começava eu o meu Diário.
Meio a medo lá cliquei no publish post. Toda eu tremia. Daria certo? Funcionaria? E se alguém descobrisse a minha identidade?
Por via das dúvidas calei-me que nem um rato e durante uma ou duas semanas fui eu a minha única leitora.
Vamos a ver no que dá.
E se entretanto isto não pega, eu não arranjo o que escrever, o personagem não se cola a mim e tenho de apagar esta porcaria? Nããã Brígida Maria, deixa-te estar sogadita e vamos fazer só a experiência.
Entretanto
ela mandava mails e mais mails:
e já está? e quando apareces? e dizes-me?E eu sem me desmanchar... que não sabia, que estava a fazer uma experiência, que sim que lhe dizia...
E entretanto continuava a escrever, por vezes de forma absolutamente compulsiva. Levantava-me da cama, no
meio de insónias aborrecidas e sentava-me aqui a vomitar tudo tudo tudo.
E lá voltava o medo outra vez: e se, passada a fase de euforia inicial, terminada com sucesso a terapia, o assunto se esgotar?
Um belo dia, ou uma bela noite,
liga-me o meu Brad e foi então que me comecei a passar. Percebi que para o bem ou para o mal, o assunto não se esgotaria e que isto ainda havia de dar pano para mangas. E eu estava já farta de falar para as paredes. Precisava de pelo menos um ouvinte...
Sonsa como sou, não lhe disse nada mas deixei-lhe um comentário e
ela, perspicaz como é, percebeu o filme todo. E durante uns dias foi a única leitora e durante meses a única a saber quem eu era.
E decidi mudar o template e decidi pôr música. E depois de um fim-de-semana inteiro em frente ao computador e após experiências várias consegui. Mais uma vez, graças à paciência
desta menina.
E o assunto felizmente não esgotou.
E o ano foi bom e recheado de brasileiros e espanhóis e tugas e muitos olhos verdes e azuis e cabrões e putas várias e pastores chatos e cavadores atrevidos e aventuras e humilhações e resoluções e promessas e quebras de promessas e desabafos... tantos desabafos... e um ano depois, tantos novos amigos e a Cremilde a ajudar e a fazer parte, ainda que de forma muito apagadita (vê se escreves!) deste outro mundo, desta outra realidade onde podemos ser quem quisermos sem dar cavaco a ninguém.
A terapia funcionou e continua a funcionar.
Divirto-me enquanto escrevo, rio-me com os vossos comentários e isto só faz sentido convosco que têm a paciência de me ler e a amabilidade de se rirem com os meus disparates.
A todos os que me lêem ou leram, comentadores ou não, a todos os que me linkaram, a todos os que me têm nos "favoritos" e até mesmo àqueles que passam aqui de vez em quando, MUITO OBRIGADA.
Sem vocês teria sido possível na mesma, mas não seria tão divertido. (desculpa Genoveva por estar a semi-plagiar a tua mensagem de Natal mas achei bonita e diz tudo)
A
ti, minha querida, minha primeira leitora (que antes de o ser já o eras...), companheira de todas (mesmo todas) as horas desde tempos imemoriais,
UM BEIJÃO MUITO ESPECIAL!
E agora, toca a bombar, sequem as lagrimitas, peguem nos vossos copos e nas vossas taças de champanhe, peguem no rissol e no croquete, no pratito do bolo e sirvam-se. Há comida e bebida com fartura (ou não fosse esta a minha festa).
Quero toda a gente a guronsan amanhã!