terça-feira, novembro 21, 2006

E agora, quem é TTG


Meu TTG (sigla de Todo ele Todo Giro), foi meu colega de sacristia.
Da primeira vez que o vi disse de mim para mim: "ai Brígida Maria, ca ganda abismo que aqui está!"
Em bom rigor é possível que não tenha utilizado a palavra "abismo" já que nessa altura, embora os abismos fizessem já parte da minha vida, a palavra não fazia ainda parte do meu (nosso) vocabulário.
Na verdade ele estava sentado e eu não sabia ainda que não usava boxers (e já aqui foi muitas vezes frisada a importância da roupa interior num homem!).
Mal se levantou percebi imediatamente que dali não cairia, ideia mais tarde confirmada assim que soube que era um homem que gostava do conforto do seu "sliper". É baixo e magro e tu sabes, querido diário, que eu gosto deles grandes e gordos...
É o meu companheiro da maluqueira, da procura pelo abismo.
Com ele partilho angústias, alegrias e aventuras sexuais.
É a pessoa que melhor me conhece ou não fosse ele a versão masculina de BJ. Nunca senti necessidade de lhe provar coisa alguma nem tão pouco de lhe esconder as minhas fraquezas e a minha cabrice (sou mulher, logo cabra!)
TTG é a melhor companhia para uma noite de abismos, um bar de swingers, uma exposição, uma tarde de compras.
Com ele passei um dos fins-de-semana mais loucos da minha vida (sobre isso escreverei numa outra altura) e, confia caro e fiel diário, se nada se passou então, nunca se passará.
TTG é giro. Lindo mesmo! Olhos grandes, pestanudos, bonitos. As mãos são perfeitas. E a voz... ai a voz... sorriso lindo, riso fácil e contagiante. E tem estilo!
Fala bem, escreve bem, tem a cabeça no sítio (a maior parte das vezes), ou não tivesse ele passado já dos 30. Ainda assim consegue ser criança quando apetece ser. A ele e a nós.
Sabe o timing certo para tudo. Até para ser arrogante! (ah pois claro, nem tudo é bom).
Além de tudo isto é um excelente profissional (dos melhores diria eu que sou, logicamente, suspeita).
Responsável quando é preciso, faz na perfeição uma bela taça de cereais que me oferece para jantar. Quase tão bem como marca o número da telepizza. Mas a sua especialidade são mesmo as quiches.
Com ele corro tudo o que é sex-shop do país e não só.
Com ele jogo os sex tubes sem preconceitos e sem que nos toquemos.
Com ele tenho sexo, sexo, sexo, todo ele todo virtual. O sexo, claro, que o meu TTG é bem real.
Com ele rio, sofro e choro por solidariedade. É que ainda por cima é romântico e partilha comigo a queda para o abismo. E se ele se "amanda"!!! É com cada um que até dói só de olhar...
Era o primeiro número que marcava quando chegava à sacristia e continua a ser o primeiro que marco quando estou feliz, quando estou triste ou quando me apetece pura e simplesmente saber-me viva.
Um patidaço, no fundo!
Sucede porém que, sendo ele o meu melhor amigo, magro, baixo e recusando-se ele a usar boxers, jamais poderá existir qualquer intimidade entre nós (além daquela que já existe).
Por que raio haviamos nós de ser amigos? Porque não há-de ele ser gordo e grande? Porquê? Porquê? Porquê?
(querido, achas que ainda cresces?)