quarta-feira, novembro 29, 2006

Meu querido e mui amado diário

Estou aborrecida.
O dia de ontem foi profícuo em conclusões, qual delas a mais animadora...
Para começar sou uma pessoa tão desinteressante tão desinteressante que começo a ponderar seriamente a hipótese de procurar num lar de atrasados mentais o homem que se renderá aos meus encantos...
Depois do dia de hoje, no entanto, creio que nem mesmo aí descobrirei aquele que me aquecerá os pés nos dias de Inverno quando, cansada pelo peso dos anos, não me achar já capaz de espantar o frio.
O mercado está mau.
Muito mau.
E receio bem que os meus dias de glória tenham chegado ao fim (é desta que terei de comprar um vibrador a sério que substitua a merdice ridícula que comprei no ano passado só para me armar em moderna).
Não há uma única alminha no meu novo emprego que não esteja emparelhada!!!!!!!!!!!!
What the fuck is wrong with me???
Sim, sim, curto bué não ter um idiota a chatear-me o juízo, poder passar os meus fins-de-semana com quem quero e como quero e poder passá-los sozinha se me apetecer.
E sim, adoro a minha liberdade.
E é tão fixe dormir com quem me apetecer só porque me apetece...
Balelas!
A verdade é que não durmo com ninguém, passo os meus fins-de-semana sempre da mesma forma e de vez em quando apetecia-me dar explicações a alguém, idiota ou não.
Isto por um lado.
Por outro, sofro de uma doença grave e séria porém ainda não descoberta, enquanto tal, pela comunidade científica mas para a qual chamarei a atenção na minha próxima consulta.
Esta maleita aliada ao meu manifesto desinteresse (desde logo físico), comprometem definitivamente qualquer possibilidade de algum dia procriar.
O que sucede é o seguinte:
Conheço alguém super-interessante. Café, conversa, etc. e tal e a páginas tantas apercebo-me que a criatura que me tira o sono todas as noites é de tal modo interessante que afinal já não o quero para namorado (porque isso passa) e sim para amigo (para poder durar a vida toda).
Quem eu acabo por levar para a cama afinal de contas, e salvo raras excepções, são os trastes que quero ver bem longe dos meus filhos.
Aparentemente, de resto, são estes os únicos seres que demonstram algum interesse na minha pessoa, interesse esse que sendo perfeita e exclusivamente justificado com a necessidade física de todo o ser humano do sexo masculino vulgarmente referida como "despejar os ditos", não é propriamente animador.
Tenho várias hipóteses...
1) Emigrar para um país árabe: as mulheres andam tapadas, os maridos só as vêem no dia do casório e aí já é tarde, querem-se obedientes e burras e talvez consiga fazer sucesso. Esta era boa se me tivesse lembrado dela há uns anos atrás. Acho que aos quase 30 estou já velha para casar com um muçulmano e ainda me calha ser a 4ª mulher de um qualquer velho baboso que não toma banho desde a fundação do Iraque.
2) Emigrar para um outro país longíquo. Cago nas crianças, não caso, mas pelo menos não serei obrigada a confrontar-me todos os dias com a felicidade dos que me são próximos (caguei para os cochichinos).
3) Fecho-me em casa, chamo o Dr. não sei quê da TVI para que me ponha gira e com jeitinho talvez me faça um transplante de cérebro. Pelo sim pelo não vou lendo umas coisinhas e só saio da toca quando tiver perfeitamente delineado o plano para a paz do Médio Oriente, a desnuclearização do Irão e a reforma das Nações Unidas.
Aiiiiiiiiiiiiiii....