sábado, dezembro 31, 2005


E agora que consegui substituir o filelodge por outro armário mais eficiente, vou tomar a minha banhoca e pôr-me linda (o mais que puder, embora mesmo sendo esta uma noite mágica não se façam milagres), maquilhar-me e perfumar-me e pôr-me a andar que há admiradores à minha espera e o ano tem de começar bem.
E eu que há 8 dias nem programa de reveillon tinha, estou agora com duas agendas na mão e um cronómetro na outra para conseguir controlar minimamente a minha atarefadíssima vida social.
Até para o ano!

Dia 31 de Dezembro de 2005

Querido Diário,
É chegado o momento dos balanços e das novas resoluções.
O ano que agora finda não foi, apesar de tudo, mau. Aliás, se o 2006 for tão bom como o 2005 já fico satisfeita.
Aprendi muito este ano, cresci muito, mudei muito. E embora tenha sido por vezes doloroso não fiquei com traumas nenhuns e posso dizer que o ano até nem acaba mal. Podia ser melhor? Claro que sim. Pode sempre ser melhor e é isso que nos faz caminhar para a frente.
No sector profissional as coisas só podem agora melhorar e tenho a certeza que 2006 será o ano das grandes mudanças. E nem é precisa a Dra Maria Helena Martins que isso sei eu e sabe toda a gente. Ver-me-ei finalmente livre do meu pastor e outros pastores virão, talvez tão ou mais cabrões que ele mas cá estarei eu e cá estarás tu para nos aguentarmos à bronca. Juntos conseguiremos.
Homens... bom, quanto a isso é melhor nem falar.
Digamos que tive um bom ano e acabei em beleza. Ou mais ou menos que há o cavador #2, maior cabrão de que há memória (bem, o maior de todos não será que esse lugar é orgulhosamente ocupado pelo Mr. Mark Darcy e é difícil destroná-lo), mas isso fica para um outro texto.
O Pai Natal, sendo homem, é outro que tal e trouxe-me afinal de contas um presente envenenado. Decidi que já não acredito nele e passarei, a partir do próximo ano, a dirigir-me à Mãe Natal que essa sim deve entender as angústias e os dramas por que passa uma mulher solteira e independente e menor de 30 em pleno século XXI.
Decidi também que em matéria de sexo o ano que amanhã começa será muito diferente:
farta de filhos-da-puta como estou e porque de facto os homens não têm emenda*, vou tornar-me lésbica. Por via das dúvidas, que nestas coisas tenho sempre sorte, comprei já um vibrador que é a partir deste momento o meu melhor amigo e único amor. Como ainda nos conhecemos mal e aquilo é um monte de peças que se encaixam e tenho medo que se percam dentro de mim, não o uso sem preservativo que é a garantia de sexo seguro no verdadeiro sentido da palavra (imagina-me chegar ao hospital a dizer que tenho metade de um vibrador dentro de mim!!!)..
E assim continuarei, em 2006, a ser esta fabulosa mulher solteira, independente e muito bem acompanhada e com o mesmo lema de vida: por homens e cães ninguém tenha paixões.
A todos: um 2006 FENOMENAL.
*sei que há excepções, mas se até os cabrões estão "tomados", imagine-se os homens de bem... esses estão ancorados e selados com lacre que as respectivas têm perfeita noção da crise que assola também este mercado e da sorte que tiveram: não os largam nunca mais e a mim restam-me as sobras tão más tão más que em para limpar os pés e cuspir em cima servem!
Os portugueses têm tanto a aprender com os brasileiros...

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Querido Diário

Tive ontem um jantar maravilhoso, organizado pela minha prima Frigolina Cristiana Rabecada, com uns primos distantes que só conhecia de nome e de históriazitas de família.
Adorei. Adorei. Adorei.
E foram todos uma agradável surpresa.
Embora nunca os tivesse visto escrevemo-nos de vez em quando que a minha mãe sempre me obrigou a mandar as boas festas a toda a gente. E achei engraçado ao facto de aqueles que me pareciam ser mais sérios, serem afinal de contas os donos de qualquer festa e get together. Se calhar por isso mesmo: quem já tem piada por si próprio não precisa de dizer disparates quando escreve.
À Pitrocínia Gaspar achei eu um piadão e fiquei fã incondicional. Acho até que vou fundar o clube de fãs na net, com direito a cartão de membro e t-shirts de groupies e tudo. Espontânea e divertida e engraçada e gira, ainda por cima.
À minha frente estava a Carmenzita Cartola, muito simpática também. Imaginava-a mais velha e foi com espanto que vi chegar uma mecita com aspecto pouco mais velho que eu (se calhar sou eu que estou com ar de adulta). Engraçada, calmita, mãe de família. Gostei.
Ao meu lado sentou-se a minha prima Frigolina que amo de paixão, como diza o outro. Mas essa eu já conhecia e até tinha a sensação que éramos íntimas no meio de tanto deconhecido. Quanto a essa pouco há a dizer... gira como sempre, divertida e faladora, enche a casa e fala bem. E se eu gosto dela!
Logo depois estava a Claudete Liliana que também me surpreendeu. Tanto ela como a Tânia Vanessa, que as fazia às duas mais velhas ou pelo menos com um ar não tão jovem como se apresentaram.
A Claudete, além de muito bonita, tem ar de ser amorosa e só tenho pena de não ter podido conversar mais com ela mas estas coisas já se sabem... mesas corridas e muita gente... e timidez de parte a parte dá nisto. Para a próxima concerteza será diferente.
A Tânia Vanessa, gravidíssima, quase nem se podia chegar à mesa tal era o tamanho da pança (quase tão grande como a minha). Outra com ar de adolescente mas toda gira e divertida e extrovertida e sei lá mais o quê que gostei da rapariga e gostei mesmo. As maiores felicidades para o rebento, menina!
Logo depois estava a Marcolina que não consegui conhecer e com excepção do "Boa Noite" e "Muito Prazer", não trocámos palavra. Tenho pena mas mais uma vez, fica para a próxima que há-de haver uma próxima nem que eu me abale de Alguidares de propósito para isso.
Por fim, last but not least, o grande Norberto Esperancino, que é outro que, tal como a Frigolina e a Pitrocínia, faz a festa e brilha naturalmente. Os 3 juntos é gargalhada garantida e a certeza de que a conversa não morre nem o assunto esgota.
Gostei de todos e de cada um em particular e só tenho pena que o tempo teime em passar quando não deve e que alguns tenham de ganhar a vida e o pão de cada dia com o suor do rosto e logo às 6 da manhã (ou às 6h15).
A desilusão da noite terei sido eu mesma que ninguém acredita que por trás de tanto disparate está na verdade uma mecita tímída e sogadita com uma grande dificuldade em abrir-se* e dar cúnfias a desconhecidos, mesmo que haja por vezes a falsa sensação de que esses desconhecidos são amigos do mais íntimo que pode haver...
Prometo que na próxima vez estarei melhor.
Um grande beijinho para todos!
*até porque os meus pais diziam-me que é feio uma pessoa abrir-se em público, mas aprendi ontem que se se for, ou aspirar a ser, rei de uma qualquer província ultramarina do nosso império, não há problema.
P.S.- criançada, podeis identificar-vos se quiserdes.

Festas de fim-de-ano??? Para quê?

Que raio há para comemorar??? O fim da vida menos afogada?
E quem tem tempo para preparar festas quando há tanto para afzer até dia 1 de Janeiro????
Perixempes, eu tenho já uma lista de to do que me vai deixar ocupadésima nos próximos dias...
A saber:
- encher o depósito do carro e dar muita palha aos cavalos (esta é mais difícil uma vez que eles estão em Alguidares de Baixo e eu ainda perdida em Retretes do Meio);

- comprar 20 volumes de tabaco que €0,35 é dinheiro e em 400 maços então é uma pipa de massa que vai dar muito jeitinho para a minha viagem ao Brasil que hei-de fazer um dia;

- comprar duas toneladas de pão e já agora uma arca frigorífica para o congelar de modo a passar 2006 a comer pãozinho fresquinho ao preço de 2005.

- passar várias vezes na portagem que a mim não me comem por parva e só por isso sou capaz de ir mais cedo para Alguidares.

- Ir à cabeleireira e à manicure, não porque os preços aumente, que não ouvi nada sobre isso, mas porque estou com as mãos numa lástima e o cabelo, depois da asneira de há 15 dias, uma vergonha.

E agora vou ficar atenta às notícias que mais haverá concerteza e mulher prevenida vale por duas.

Acho que é em 2006 que me começo a prostituir...

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Os homens não valem mesmo nada?

Há já algum tempo que me pergunto se esta história de fidelidade não terá sido invenção de um qualquer idiota impotente mas com muita lábia que, para que ninguém percebesse o seu problema e com medo que a mulher que devia ser boa como o milho fosse procurar fora aquilo que não conseguia ter em casa, saiu-se com esta e convenceu toda a gente de que não se pode andar a mijar em penico alheio. Ou noutros penicos se já temos o nosso.
Será que o Criador nos fez mesmo para ser fieis a uma só pessoa o resto das nossas vidas?
Poucos são os animais (um ou dois apenas) que, encontrado o seu parceiro, a ele se grudam com super-cola 3.
Será o homem um animal assim? Ou estremos nós a querer à força fazer algo que é afinal anti-natura?
E se assim for, por que raio lidamos tão mal com as facadinhas e os pares de chifres?
Será que os homens são mesmo uns cabrões sem emenda com uma queda especial para a queca extra-conjugal, um problema genético ao qual são alheios, tipo uma deficiência na perninha do cromossoma Y ou seremos nós, mulheres, que por termos a perninha do X a mais fazemos exigências estúpidas e sem sentido e são eles afinal que estão certos?
É que repara uma coisa, querido diário, só as mulheres se preocupam com este género de coisas. Só as mulheres deixam de dormir sob o peso da cosciência mesmo que se trate apenas e só de trair a namorada/mulher de alguém (nem todas e nem sempre, eu sei, mas são mais as mulheres que os homens).
Só as mulheres "misturam as coisas" como eles dizem... Mas como é que eles conseguem separá-las??? E será que dizer que não somos dois mas 3 é mesmo misturar as coisas?
Eis as grandes questões que me proponho resolver no ano que vai começar, com a minha querida Cremilde, claro está, e quem sabe a Genoveva, em frente a uma garrafa de maduro tinto que já começo a sentir sede.

Ai Cremilde....

Prepara o teu ombro, põe-lhe uma almofadinha e vai fazendo exercícios ao teu braço e à tua mão... e à tua paciência... vai doer e não vai ser pouco... eu já estou a preparar os meus ouvidinhos para o "eu bem te avisei!"

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Ai....

O meu telemóvel já queima!
Tanto, tanto que até já recebi uma mensagem da Nokia a dizer que não garantem a minha segurança nem o correcto funcionamento do aparelho se continuar a utilizá-lo a este ritmo.
Já perdi o apetite, já perdi o sono e já caguei para o batimento cardíaco. Que raios, é Natal e também mereço!
Os sintomas repetem-se, embora indiciem claramente doenças diferentes. Direi mesmo, totalmente opostas.
Mas talvez consiga repetir, pelo segundo ano consecutivo, a proeza de ser a única criatura à face da Terra capaz de perder peso nas Festas!
E não é que arranjei mesmo admirador na horta apesar do desalinho em que fico? Quem é capaz de me achar minimamente interessante com terra nas mãos e na cara, suor a escorrer por todos os lados e cabelo desgrenhado, sem falar, claro, na vermelhidão do meu rosto e no meu ar esgazeado, é merecedor de tudo e mais alguma coisa e corre o sério risco de se apaixonar perdidamente pela minha beleza estonteante quando me encontrar vestida para trabalhar a sério.
Que belo presente de Natal!
Obrigados, obrigados e obrigados, meu rico e amado barbudo. Olha que às tantas até sou capaz de te mandar a tal mensagem agora... talvez, mas só talvez, esteja já preparada para ceder parte da minha infinita liberdade...
Dito isto, que se fodam os bíceps, os tríceps e os glúteos mais os olhos azuis, que se lixe o sotaque brasileiro acompanhado daquilo tudo, para os diabos com a queca internacional que do que eu gosto mesmo é de um belo tuga que monte a cavalo. Venha a pança!
Rabiga, tu desculpa se te tiver parecido que o meu cérebro parava de funcionar por breves instantes. De facto parava mesmo e acho que está explicado.
Cremilde, espero que estejas satisfeita.

P.S.- Eu não me esqueci dos meus votos de ano novo e p0r isso não estou aqui a apregoar que estou apaixonada!

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Nota da administração

Eu sei que hoje me excedi, mas foi tudo a pensar em vocências, caros leitores.
Leiam aos pedacinhos, um post por dia.
É que vou estar ausente em parte incerta sem saber quando poderei escrever novamente e por isso aqui vos deixo com que se entreterem nos próximos dias.

A todos e a cada um um Santo e Feliz Natal que o velhote das barbas brancas seja tão generoso que vos traga um 2006 FENOMENAL!!!!
São os votos sinceros da vossa

Brígida Jonas

P.S.- A todos, muito obrigada pela companhia durante este ano!

quarta-feira, dezembro 21, 2005

I'm driving home for Christmas

Não vou plagiar a Rabiga.
Fica só mesmo a música que estava prometida para o dia da partida.
Pois é, querido diário, quando voltar a escrever-te talvez já tenhas um aninho!
E que belo aninho, hã?
Mas o que importa agora é a viaje!
Ora bem, já deixei o pexito temperado, a cebola cortadinha e o azeite no tacho, com a folhinha de louro e o tomate.
O arroz está medido, a alface no alguidar com amukina para ser bem lavadinha e o garrafão já está à porta.
Agora arrumo o saquito (levo uns quantos do Continente atados uns aos outros para que não se percam) e as malas estão já dentro do carro de praça que me há-de vir buscar às 7 da matina para levar à carreira das oito.
Levanto-me por essas 5h30 para fritar os bichos e fazer o arroz.
Dou uma banhoca que em dia de viaje há que estar bem cheirosa e o Natal é já daqui por uns dias.
Às sete menos dez saio de casa, esperarei pacientemente o carro de praça e lá me meterei eu a caminho de Retretes do Meio para passar um Santo e Feliz Natal com os meus entes queridos.
Levo os doze pares de peúgos para oferecer aos homens da família e as cuecas cor-de-rosa (diz que dá sorte) para as mulheres. Para as mais velhas comprei uns lencinhos de assoar que é coisa muito chique porque rara. Para os mais pequenos levo trousses azul cueca para estrear no Ano Novo. Dizia-me a Albertina no outro dia que o dela agora só quer bocseres (que raio de nome!), mas eu gosto pouco dessas modernices e acho poucos jeitos que andem com aquilo ao badalo. Qual quê! É tudo aconchegadinho mesmo não vão as crianças apanhar um resfriado na dita que diz que custa a curar e ainda ficam estéreis e sem poder ter meninos.
A viaje corre sempre bem e eu até gosto destes dias de excitação.
A carreira sai daqui às oito horas.
Lá pelas dez fazemos um transbordo, logo depois da serra, porque já há vários tipos de vómito pela camioneta a passear para a frente e para trás e até já o mototrista está nauseado.
Ao meio dia, já na nova chocolateira, paramos à beira da estrada, naqueles sítios com uns telefones alaranjados, para merendar. Eu aproveito sempre para ligar à Luzia a dizer-lhe que tudo corre bem, mas a telefonista não sabe quem é a Luzia e ainda grita comigo que não posso usar aquele aparelho. Se não posso, por que raio estão ali???
A viaje prossegue, com mais uma paragem para merendar por volta das 4 da tarde, mas desta vez já na nacional 784, onde não há telefones para grande pena minha que nem posso pedir ao Genovevo que me reserve uma broa para a consoada e a mise na Miquelina na véspera de Natal.
Por volta das oito da noite chego à estação de camionagem de Retretes do Meio onde me espera a família toda. Pego nos meus sacos, distribuo beijos e abraços e lá vamos nós comer o resto do lanche que trouxe, mais um franguito que compramos na churrascaria e ali ficamos a noite toda a pôr a conversa em dia: quem casou, quem morreu, quem encornou o filho da vizinha do rés-do-chão, com quem anda agora a filha da D. Lurdes merceeira e o que aconteceu no último baile da sociedade recreativa. Em alturas boas ainda há sempre novidades sobre o senhor prior e as suas governantas, mas agora o homem está velho e só já tem duas e as afilhadas também já vão rareando.
Ai como é bom voltar a casa.
Adenda: O File Lodge não está a funcionar e por isso não posso pôr a música da viaje. Buááááá!

Dou o braço a torcer (mas só um bocadinho)

E admito, por mera hipótese académica, o que não se concede, que talvez possa estar apaixonada, minha querida Cremilde.
E que sou burra que nem uma porta. Pois não aprendi já que há momentos mágicos e que não se podem desperdiçar oportunidades que podem nunca mais voltar a surgir??? Pois parece que não e continuo a marrar com a cabeça na parede por causa do logo se vê, agora não, mais logo que não faltarão marés que marinheiros também não.
Pois faltam sim e eu tenho de ter plena noção disso.
Ai que estúpida, estúpida, estúpida.
Mas já tenho um plano e vou pô-lo em acção e alguém há-de ficar a pensar em mim nos dias que se seguirão.
Agora que o ano está prestes a acabar posso revelar que um dos meus mais fortes desejos, o que me fez engolir as oito passas que me restavam (depois de pedir saúde e dinheiro para mim e para alguns membros da família) de uma vez com uma taça de champanhe de golada enquanto assistia a um fogo de artifício mixuruca pelo qual paguei uma obscenidade, foi o mais simples e comum de todos os desejos de uma mulher de bem que apesar de moderna é uma romântica incorrigível: viver um grande amor!
Mas quando o pedi tinha em mente outra coisa (tipo, vivê-lo a dois e não unilateralmente).
E tinha em mente vivê-lo, de facto, ainda este ano (talvez devesse ter cagado na saúde e no dinheiro que isso nunca há e não e ter aproveitado as doze passas todinhas só para este. Nota: fazer isso este ano).
É certo que não me posso queixar e este ano não foi propriamente parco em espécimes do sexo masculino, mas amor, amor, daquele que nos faz transpirar frio e sentir formigueiro na barriga, o que nos faz acordar de noite com um sorriso estúpido só porque ELE estava no sonho (mesmo que se tratasse de um pesadelo), o que nos tira o apetite e o sono e nos faz andar nas nuvens... népias.
Ou pelo menos eu não tenho permitido que assim seja, ainda que por vezes me distraia.
Sucede porém que de há uns meses (vários) para cá, a barriga insiste em formigar de vez em quando, as mãos transpiram ligeiramente, a pulsação acelera um pouco (mas só porque ando stressada de certeza) e o meu humor varia em função de coisas tão ridículas como "ele hoje tocou-me!" (se for "acha-me gira" o Bin Laden pode lançar as tais das armas biológicas que eu continuo a achar o mundo um belíssimo sítio para se viver e nem me importo se um camião TIR me passar por cima).
E tudo isto apesar da minha constante concentração.
Não, claro que não estou apaixonda, Cremilde, não sejas parva. É só flirt. E é muito melhor assim. Nem quero saber se tem namorada ou não. Até prefiro nem saber para que se não quebre o encanto.
E se calhar é mesmo e o facto de eu odiar o Natal, que desde que me conheço por gente foi sempre a época preferida do ano, porque isso significa estar uma semana inteira sem o ver e ter um medo terrível de que esta separação arrefeça as coisas seja apenas e só fruto da minha adicção (existirá em português?) ao flirt.

Ai que amanhã não me mexo

Hoje fui tão torturada, tão torturada, mas tão torturada que estou aqui a fazer uma grandessíssimo sacrifício para não bater com a cabeça no teclado que ia dar qualquer coisa como isto jklfagwe €hrgjehflgqhrlgh erqº985t 450t9.

Diz que é para que me lembre dele nos próximos dias, que mais vale jogar pelo seguro e pôr-me a insultá-lo do pior do que correr o risco de ser demasiado amável e eu esquecer-me que ele existe... como se isso fosse possível...

Ai querido Diário...eu tenho mel...

Bem diz a Cremilde, mas que culpa tenho eu de ser irresistível e fenomenal mesmo com este novo cabelo horroroso?
Eles caem que nem tordos e não é que o raio do vizinho brazuca que é bom todos os dias (e pelo que ouço nas monótonas tardes de Domingo é realmente bom!) só agora que se vai embora se lembrou de fazer charme? Fazer charme não é bem o termo que os brasileiros (e de brasileiros sei eu) não estão com meias medidas e fazem-se ao piso descaradamente.
E eu que estou de partida amanhã... quando voltar já o homem se foi de vez e eu não o aproveitei nem um bocadinho... oh vida que és tão madrasta!

Consegui

E nem sei como.
Não lhe apertei o pescoço, não lhe desejei a morte, não o imaginei a ser lentamente estropiado por uma locomotiva.
Obrigada Sinhor.
Mantém-me assim calma e sossegada e imune à estupidez por mais um dia. Só mais um dia.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Oração da manhã

Sinhor,
Obrigada pela noite de ontem, mesmo que tenha significado dormir menos.
Obrigada por seres tão previdente e saberes afinal exactamente o que me falta.
Um novo dia começou, sinhor, e está frio comóraio.
Permite que a minha constipação não piore, que os meus neurónios não congelem e sobretudo mantém a minha boa disposição.
Dá-me calma com o pastor, que estou prestes a reencontrar, e não permitas que me atire ao pescoço dele asim que abrir a boca. Devolve-me a calma e a serenidade de que beneficiei até há poucos dias e faz-me rir das suas alarvidades.
A compaixão é também um nobre sentimento, muito mais nobre que o asco, e estamos tão perto do Natal que não quero ter de ir para uma fila interminável (já bastam as das lojas)confessar-me por pecar em pensamento e cometer verdadeiras atrocidades contra um homem tão puro e pio e que me tem feito tanto bem.
Permite que continue burrinha e ceguinha e já agora brinda-me com a surdez momentânea de cada vez que tiver de ouvir o som da sua voz durante o dia de hoje. Devolve-me por favor o interruptor que costumava desligar ou põe o sistema a funcionar novamente.
Não deixes que nada afecte hoje o meu humor.
Amen.

P.S.- Olha pelas minhas amigas também e dá-lhes um bom dia. Dá atenção especial à Pitucha que se ofereceu para ir comigo às compras.A coragem deve ser sempre presenteada e a ela não lhe faltam tomates!

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Querido Diário

Não sei o que tenho.
Talvez precise de férias.
Estou tão cansada que nem forças tenho para levantar os braços e lutar contra esta crise de endorfinas. Bem tento cavar mais e mais mas nem sequer os piropos do cavador #2, o tal dos olhos verdes lindos de morrer, repõem os valores das hormonas em falta.
Comecei inclusivamente a tornar-me agressiva e a explodir com coisas tão simples como chegar à sacristia e verificar que alguém deitou abaixo o meu pacotinho de bolachas que estava quase intacto na sexta-feira quando o deixei.
Estou tão cansada que nem consigo encontrar força para sorrir.
E ainda tenho o outro a querer matar saudades e eu sem a menor vontade de ter companhia. Imagina tu ao que isto chegou: eu a dispensar um pedaço de mau caminho de six-pack, bíceps e tríceps.
E há jantar amanhã e eu sem vontade de cozinhar nem de estar bem-disposta... pior: SEM VONTADE DE BEBER!!!!
Estou mesmo mal, mal, mal.
Já me lembrei se não será TPM (pelas minhas contas é capaz de ser o que explicaria também a fome insanciável por doces na semana passada).
Ou até mesmo efeitos da intoxicação por açúcares a que me sujeitei há 8 dias.
Mas já tomei café em força, guronsan, chá-verde e comi um ananás em dois dias e as putas das endorfinas continuam adormecidas por isso intoxicação não deve ser.
Talvez precise só de uma boa noite de sono.

domingo, dezembro 18, 2005

Estou de facto velha

E prova disso é que já comecei com a história do "no meu tempo..."
Pois no meu tempo os Pais Natais tinham barriga grande, barbas brancas e ar de avozinho simpático.
E depois admiram-se por já não se acreditar no Pai Natal! Pobres crianças!

Querido Diário

Quando for grande quero fazer como nos filmes e séries de televisão e passar o Natal com os amigos.
E oxalá arranje um marido em 2006 e que seja órfão de pai e mãe, tios e avós para poder passar o próximo Natal só com ele aqui quentinha e confortável em Alguidares de Baixo sem ter de me mexer nem um milímetro.

Ai como são previsíveis os homens!

Cremilde, atenta no que te digo: eles são do mais básico que há! E tu que não acreditas em mim...
Quando começam a ter-nos como dado adquirido nada como deixar duas ou três mensagens por responder. Consecutivas.
É remédio santo: dois minutos depois da última mensagem sem resposta ligam com a voz mais doce do mundo a perguntar quando teremos tempo para estar com eles.
Básicos!
Nota: claro que isto só funciona porque ele ainda não viu o meu novo visual... assim que me vir vai ser ele a deixar de responder às minhas mensagens! Mas é que nem sequer lhe dou essa oportunidade! Não mando mais nenhuma e pronto!

Querido Diário, estou triste!

Para se ser cabeleireira não basta saber cortar o cabelo. Aliás, tal capacidade é até secundária e meramente acessória.
Não.
Para ser cabeleireira é necessário ter características especiais e é por isso que cedo me apercebi que esta não seria a minha vocação.
Para se ser cabeleireira é preciso:
a) Não preceber português ou
b) Ser semi-autista e ter como reacção imediata uma paragem cerebral à palavra "cortar".
c) Quem não preenche uma das duas supra referidas características, poderá chegar ao aludido autismo através da hipnose.
90% das nossas cabeleireiras enquadra-se na categoria b), seja de forma natural, seja por métodos induzidos.
O certo é que a partir da palavra "cortar", na frase "queria cortar o cabelo se faz favor", o cérebro para-se-lhes, ficam cegas, surdas e perdem todo o contacto com a realidade. A única coisa em que pensam é em cortar e ai de quem tiver a pouca sorte de lhes cair nas mãos ávidas de dar uso à tesoura ou à navalha. E o resultado é o que se vê...
"Não quero que mexa no comprimento"
"Não menina, estou só a aparar as pontas espigadas. Nem vai notar!"
E nós, que assistimos com terror àquela verdadeira chacina, ainda tentamos chamá-las à razão, "veja lá não me deixe careca... está a cortar muito que eu estou a ver e eu sei que as minhas pontas não estão espigadas até às raízes!", mas já é tarde porque a dita cuja já engatilhou naquele transe e nada a fará sair de lá. E diz-nos, com um punhado de cabelos com dez centímetros de comprimento, que não há nada a recear.
E no fim, terminado o ritual, voltam a si sabe-se lá como ou porquê e pegam no espelho para nos mostrar a obra de arte e saber a nossa opinião (como se ainda fôssemos a tempo de remediar alguma coisa) e com um sorriso inocente dizem "Tá a ver como está igual?", enquanto nós, de lágrimas nos olhos e um nó no estômago, apreciamos o capacete que temos agora em lugar de cabelo ao mesmo tempo que nos perguntamos como é possível que aquela criatura não repare que nos deixou completamente carecas e por que raio me lembrei eu de vir cortar o cabelo se estava tão satisfeita com ele... e pedimos a Deus que nos mantenha sempre lúcidas o suficiente para não voltarmos a cair na mesma esparrela... até à próxima.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Querido Diário

Estou triste e deprimida...
Esta semana não tem corrido nada bem e a única coisa que me anima é o facto de amanhã ser já sexta-feira.
Começo a achar que a Cremilde tem razão e que é a minha balança que está avariada... esta semana já fiquei com menos duas calças! Ora, tendo em conta que o meu guarda roupa de trabalho se resume a três pares de calças e um deles está apertado, não sei o que vestir amanhã.
A coisa começou logo bem na segunda-feira. Como estava bom tempo, um dos meus pastores decidiu ir pregar a palavra do sinhor para outra freguesia (Longe Comóraio) e decidiu que eu seria a sua acompanhante. Como aquilo era verdadeiramente longe, tivémos de parar em Bidés do Meio para fazer xixi e apreciar a vegetação. É então que, ao entrar na viatura ouço um crooook e sinto uma corrente de ar arrepiar-me os pelitos do rabiote. Foi o pânico! Ponho a mão para ver o tamanho do estrago e quase desmaio... O sobretudo, que eu nestas coisas tenho sempre sorte, estava no porta-bagagens e eu trazia apenas vestido um singelo blazer que terminava precisamente onde se iniciava a minha vergonha.
Como iria eu conseguir sair do carro sem que o pastor, ou quem quer que fosse que estivesse na rua, pudesse ter um vislumbre do meu fio dental. Pois, é que para melhorar a situação eu estava de fio dental...
Os longos minutos que mediaram este momento e Longe Comóraio, foram passados em ferverosa oração: Meu Deus, permite que isto não seja tão mau como parece. Por favor, que não haja ninguém na rua. Permite que esteja tanto frio na sacristia que não pareça ridículo eu passar a tarde de sobretudo vestido. Meu Deus, permite que haja uma loja de trezentos aberta onde eu possa comprar linha e agulha...
De vez em quando punha a mão outra vez, na esperança de que a minha prece fosse atendida e se operasse um milagre... mas em vão.
Deus, prometo que se me safares desta nunca mais gozo com a minha mãe por trazer um estojo de costura na carteira... Aliás, prometo que EU própria passarei a andar com um estojo de costura na carteira. Um não, dois!
Felizmente havia uma loja de chineses aberta e tratei logo de comprar alfinetes com os quais tentei remediar a situação na casa-de-banho enquanto o pastor lavava as mãos.
Mas claro que a coisa não podia ficar por aqui, ou não se tratasse de Mademoiselle Brígida Jonas... claro que no regresso da terreola a merda dos alfinetes se abriu: cheguei a Alguidares com o rabo perfurado (e não só que as calças abriram desde o meio até ao cós) e tenho neste momento alguns buracos a mais do que aqueles com que a mãe natureza me brindou.
Ontem, com o mesmo pastor, que mais uma vez quis ir passear, quase provoquei um acidente na auto-estrada. O pobre homeme não tugiu nem mugiu e para ser sincera acho que nem se apercebeu da gravidade da situação: o carro parado em plena faixa de rodagem na auto-estrada, dois metros à frente da polícia que estava a tomar conta de uma ocorrência (vulgo acidente daqueles que obrigam ao corte da faixa esquerda), os carros a ultrapassarem-nos e o pastor, muito calmamente, sai do carro e troca de lugar comigo. Ali mesmo. Na auto-estrada, nas barbas da polícia. Os dois a sair do carro sem coletes nem mariquices.
Achas porventura que ele estava preocupado com a minha condução??? Qual quê! Estava era preocupado por eu ter ficado nervosa. E ficou tão assustado que me pediu imediatamente que o acompanhasse amanhã a outro passeio. Mas eu que tenho coração fraco acho que já chega de emoções por uma semana que se isto é assim de cada vez que saímos juntos, nem quero pensar no que poderia acontecer amanhã!
Hoje mais um par de calças se descoseu. E a manga da camisola... pareço uma mendiga...
E estou assim neste marasmo, nesta neura, nesta depressão e nem o facto de me dizerem que não é possível melhorar mais aquilo que a mãe natureza já me deu me anima que estou que nem posso.
E ainda há mais um dia nesta semana horribilis...
E o Natal é daqui por 8 dias e eu presentes nem vê-los! Nem lista nem nada!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

E não é que resultou?

O meu corpo é deveras estranho!
Depois de um fim de semana de comezaina e de dois dias a dieta doce, não é que perdi dois quilos???
Ai como a vida é bela...
Seguindo esta lógica, estou agora a contar perder uns 5 Kg mais entre o Natal e o Ano Novo.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Aaaaaaa (=suspiro)

Nada como uma horita, por pequena que seja, a cavar batatas para levantar logo a moral... Pudesse eu fazer isto o dia todo e seria uma mulher tão mais feliz!

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Continua a dieta à base de açúcares rápidos.
Nestum mel de manhã.
Bolo caseiro de sobremesa ao almoço.
Croissant ao lanche.
Chocolates e bolachas ao jantar.

Mas depois do dia que tive mereço isto e muito mais.

domingo, dezembro 11, 2005

É impressão minha

ou aquela nova música dos The Gift que passa de dois em dois minutos em todas as estações de rádio foi um verdadeiro desafio à criatividade e imaginação dos seus autores? Tanto no que toca à melodia como no que diz respeito à letra... difícil, não?

E o que mais me espanta é o epíteto de fantástica com que é sempre brindada! Eu de facto não percebo patavina de música.
E para que o espírito do Natal chegue rapidamente vou dando com força no açúcar para ir preparando o fígado, o estômago e o sangue. Hoje: dieta de chocolates, bolos e pastelaria diversa.

Prontos

A árvore está feita, andei nas compras, passei o dia a ouvir música natalícia e ainda vi um filme de Natal... mas o cabrão do espírito ainda não apareceu!
Agora o quê? Espero sogadita? É bem... oxalá não se demore muito que detesto esperar!

sexta-feira, dezembro 09, 2005

E depois de um dia de chuva

Nada como uma manhã solarenga e amena para cavalgar por esses campos fora de cabelos ao vento qual amazona, para recuperar o brilho e o charme que me são naturais.
Isso e, obviamente, jantar de emergência chez mademoiselle Cremilde, com a borrachona #3 para recordar os velhos tempos de loucura e inconsciência!
E depois de uma sessão de flirt à descarada e elogios vários, estou novamente com o meu ego tão inchado que é com grande dificuldade (e só porque consegui amarrar-me à cadeira) que estou neste momento a escrever estas singelas palavras.
É por isso que este diário entra agora em fim-de-semana, uma vez que tem de resolver o enorme dilema que o assola: qual dos "you" pedir o Christmas? E tendo em conta que "you" tanto dá para plural como para singular, não poderei pedir os dois? Ai valha-me santifigénia-dos-pobres-desgraçados-indecisos-porém-maravilhosos-e-modestos ... que faço? Olhos verdes ou azuis? Bíceps, tríceps e abdominais ou uma barriguinha querida, costas largas e um cavalo? E eu que gosto tanto da equitação...

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Dizem que sou pessimista e que não posso ser assim

Mas a verdade é que quando decido arriscar e ser optimista, invariavelmente dou com a cara no chão.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Ai que isto não está nada bem

Prometi a mim mesma que hoje não fumava.
Bom, se calhar um ou outro.
Ok, um a seguir às refeições e com o café.
O problema é que comecei a manhã nervosa com uma confissão marcada para cedo e um choque em cadeia à porta de casa que me atrasou e vai mais um e mais outro que o trânsito hoje está de fugir... e tudo para o cabrão do pecador não aparecer. Que se lixe que morre em pecado mortal que a mim pouco se me dá. Mas lá tive eu ainda assim de enfiar as minhas calças de cofissão para impôr respeito e que até nem são más de todo não fosse o facto da porra do forro me mutilar o clitóris...Cabrão! E vai mais um para acalmar a dor.
E logo depois vai mais outro que parece que houve emergência familiar, mas afinal não foi nada e depois mais um que o dia hoje promete e ai que já lhes perdi a conta e só agora que voltou o catarro é que me dou conta que com esta brincadeira já foi um maço!
O que vale é que são de mentol e pode ser que até limpem as vias respiratórias e me façam bem à constipação.
E entretanto lá vai mais um aviso do condomínio que os vizinhos já fizeram queixa do barulho que faço durante a noite e até já se fala numa vaquinha para me comprarem xarope que ninguém consegue pregar olho.
Oh menina e o seu amigo não vem? É que ainda assim preferimos o outro ruído.

Ai

E quem me manda a mim empanturrar-me em biscoitos? Logo hoje que estava com uma barriga tão lisinha... ai... dói tanto...

Quero o feriado rapidamente!

Valha-me nossossinhor que estou que nem posso e ainda hoje é segunda-feira!
Mas por que raio as semanas curtas são mais cansativas que as compridas?
Venham as semanas de sete dias!

domingo, dezembro 04, 2005

E já é fim de Domingo

Buááááááá!
E não fiz ainda a minha árvore de Natal!
Não sei que tenho que o espírito Natalício não quer nada comigo este ano.
Já comecei a ler o Dickens, já ando a ouvir músicas de Natal de manhã à noite e tinha até planeado passar o dia de hoje a enfeitar a casa para o Natal ao som da Mariah Carey e de todos os mil e quinhentos cd's de músicas de natal que passei o ano inteiro a sacar da net. Talvez assim entrasse finalmente na coisa.
Sucede porém que eu sou absolutamente irresistível e alguém que andou por fora nos últimos dias em trabalho chegou com muitas saudades e lá tive eu de deixar a árvore para a noite e dedicar-me, de corpo e alma, a uma criatura de corpo em V, olhos azuis e lábios carnudos que me pega ao colo com a maior das facilidades e insiste em chamar-me princesa e fofinha e mariquices do género.
E perante isto, haverá espírito de Natal que resista?

.............

E depois de uma tarde de amor e carinho nada como um chocolate quente para recuperar as forças enquanto se assiste a um filme romântico... e lá fora chove e faz frio.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Até me apetecia sair e desgraçar-me hoje. E sejamos honestos, hoje bem precisava.
Mas tendo em conta que tenho o cérebro a sair-me aos pedacinhos pelo nariz, os pulmões a tentarem desesperadamente sair-me pela boca e lá fora é o apocalipse em cuecas com temperaturas negativas (se não são negativas estão lá perto), acho que fico por casa enrolada no sofá com a minha mantinha e o meu teddy-bear, a pensar na decoração da árvore de Natal e a fazer ginástica à minha conta bancária que para não variar está tão despida que chega a ser até obsceno. Qualquer dia sou presa por atentado ao pudor bancário!

E finalmente é fim-de-semana!

E como estamosem Dezembro, abriu a época natalícia aqui no Diário!
Amanhã dou uma de faxineira, limpo a casinha todinha e faço a minha árvorezinha de natal!
Oba!!!

É o choque!

Eu bem digo que não me sinto com a minha idade mas ninguém acredita em mim...
Chamo cota ao cavador #2 , mais velho que eu meia dúzia de meses, e ele acha que não tenho a menor legitimidade para o fazer. Mas mal sabe ele que estou a anos luz dos vinte e tantos que temos.
Por um lado fico satisfeita porque a criança que existe em mim, e é bem maior que a adulta, tem orgulho na sua integridade e coerência, na honestidade e na verdade que pautam o seu comportamento, na impulsividade e na paixão com que defende o que acha correcto. E na mania que tem de que ainda vai conseguir mudar, não o mundo, mas o pequeno universo à sua volta.
Mas afinal de contas não são os principios que enchem a barriga e ser adulto é ao fim e ao cabo ser cínico, sorrir muito, pôr vaselina no cuzinho para que a coisa entre melhor e sem ferir o violador e agradecer no final. Agradecer muito e muito e muito e pedir por favor repete lá que desta ainda não sangrou. E sempre que quiseres estarei aqui à disposição, com ele bem levantadinho para que me possas foder mais e com mais força e eu vou continuar a sorrir e a agradecer e a pedir desculpa sempre que uma mosca insistir em perturbar a tua concentração.
E nem te preocupes que só vou dizer mal de ti nas tuas costas. E talvez faça desenhos da tua cara de porco com merda a sair-te pelas narinas. E talvez me divirta a desejar-te a morte mais dolorosa que o meu pequenino cérebro conseguir imaginar. Mas tu, meu grande cabrão, de mim só vais ver sorrisinhos e agradecimentos e elogios a esse intelecto de galinha porque é isto que é ser adulto e eu já pertenço ao mundo dos crescidos.
E a mim que ainda me confunde tudo isto, invade-me um grande choque: apesar dos meus quase 30 anos, apesar de sofrer os horrores que sofro nas inquirições dos casamentos dos meus amigos, apesar de ser independente, sou ainda uma criança. Tão criança, tão pequenina, que deveria ser imediatamente interditada e posta num jardim infantil.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

HOJE É DIA DE FESTA!!!!


Comemoram-se dois anos de boa disposição, de muito humor, de posts de qualidade escritos por uma das mulheres mais inteligentes e divertidas da blogoesfera, que tive a honra de descobrir quando ainda não dava autógrafos.
Há ano e meio que me divirto a pacotes e espero que o nossossinhor lhe dê muita saudinha para me poder continuar a rir assim por muitos e muitos anos!
Parabéns Rititi!
E vinguei-me dos meus vizinhos!

Querido Pai Natal

Descansa que não vou reclamar contigo, bem pelo contrário.
Imagino que estejas a fazer a revisão às renas e por isso não te vou chatear muito.
Venho apenas agradecer-te.
Agradecer-te e pedir desculpa...
Faltam 25 dias para me visitares e prometo que te vou deixar umas bolachinhas (e desta vez não são de dieta! Têm açúcar verdadeiro mesmo!) e um leitinho com chocolate mesmo ao lado do microwaves para que o possas aquecer.
És um querido!
E eu que pensava que te tinhas esquecido de mim no ano passado... reparo agora (já tinha reparado, na verdade) que no ano passado foste extremamente generoso comigo ao livrares-me daquele verdadeiro emplastro! Claro que mantenho uma certa discordância quanto aos meios que usas para oferecer os presentes (pelo menos os meus) , mas isso é outra história.

Ora bem, escrevi-te uma carta em Janeiro, tinha eu acabado de nascer, a fazer-te os meus pedidos. E tu, generoso como só tu sabes ser meu grande pançudo (bem te digo que tenho queda para gordos) , trouxeste-mos todos!
Obrigada meu querido Pai Natal.
Com efeito, nem me posso queixar e desculpa se há pouco tempo me aborreci contigo. Sabes como são as mulheres... impacientes e nervosas e impulsivas...
A verdade é que este ano houve fartura (e porque se aproxima o fim do ano, em breve faço a retrospectiva do maravilhoso 2005) e oxalá continue assim.
A segunda parte do pedido fica para o próximo ano que estou a gostar demais da primeira parte e ainda não me decidi quanto ao tipo de bolo que vou querer no meu casório. Mas fica atento ao teu telemóvel que a qualquer momento, em 2006, pode tocar para que procedas à dita segunda parte.